segunda-feira, 7 de março de 2011

Uma mulher e tanto

Uma mulher e tanto

 


Juliano estava possesso. Queria matar a mulher de qualquer jeito, e mais, não importava se as conseqüências fossem o ódio dos filhos, praga da sogra, cadeia, ah não, ele se vingaria daquela traição sórdida. Por que abandoná-lo sem mais nem menos para viver com outro? E o fulano também não ia ficar sem levar a sua para aprender a respeitar a felicidade do lar alheio.
Ferdinando e Marilda, casal sempre disposto a apaziguar os entreveros dos amigos, trataram de marcar uma reunião para colocar panos quentes na vida do Juliano e da Marluce, o plano era colocar os dois frente a frente para que a roupa suja fosse lavada. Nando e Marilda conhecendo o ciumento do Juliano, e o fato de que Marluce tinha ido longe demais, já previam que a parada seria duríssima. O outro aceitou a duras penas que Marluce fosse à reunião com o “ex”, ficou evidente uma ponta de ciúmes.
Entre xingamentos e ameaças de enfiar a mão na mulher, o que obrigou Nando a segurar Juliano, finalmente a reunião começou.
De nada adiantaram os pedidos do casal para que Marluce deixasse prá lá e retornasse ao lar, Juliano aceitaria em consideração aos amigos e principalmente, ao amor que ele sentia pela mulher. Descartada a reconciliação, Juliano entre grito e choro, reclamava por ela ter feito aquilo sem ao menos preparar-lhe o espírito. “Aí que você se engana, dizia ela. – Por várias vezes lhe avisei. Lembra-se daquele churrasco quando eu choramingava, enquanto você indiferente se empanturrava de carne? Daquela festa do chope em que você se embebedava com os amigos e eu tomava um guaraná num canto, totalmente abandonada? Muitas vezes lhe falei que as coisas não estavam indo bem. E você nem aí. Fui mais clara naquela pizzaria onde tomei vários copos de cerveja para me encorajar e falar-lhe sobre minha decisão. Enquanto eu temerosa contava  que já não lhe tinha o mesmo amor, que começava a me apaixonar por outro, e muito provavelmente iria viver com ele, você só se preocupava com as pitzas, reclamar ao garçon pela falta de sal, pela cerveja que não estava no ponto, em paquerar a moça sentada na mesa em frente. Quando saíamos e eu afirmava que queria terminar tudo numa boa, sem brigas, você se virou mais uma vez para olhar a moça, aí tive a certeza, você nem me escutava. Sim Juliano, preparei o terreno inúmeras vezes, mas como sempre, você jamais me ouviu”.
Juliano deixou correr uma lágrima, perdera uma grande mulher.

5 comentários:

  1. Olá confira a 1ª parte da matéria Minha casa é Rock N Roll! No BLOG: http://rockandroll.zip.net.
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    Abraços ... Nanda

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  2. Uma mulher e tanto! Adoro esse texto, não me canso de ler. Parabens Miguel

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